(des)tecendo...
(Des)teceres é um projecto de investigação artística que Luz da Camara vem desenvolvendo ao longo dos últimos anos e que tem como objectivo a produção de atmosferas, entendidas como aquele momento imediatamente antes da cisão entre Sujeito e Objecto.

Como forma de manter esta pesquisa acessível, Luz da Camara trabalha consistentemente com a(s) comunidade(s) sensibilizando-as a expressar as suas opiniões, experiências e sentimentos através de formas artísticas transdisciplinares, donde resultam valiosos contributos para a criação, sim, mas também a valorização do gesto, da palavra, do movimento, essa tradição efémera que a globalização por vezes abafa.

Se trabalha com uma população sénior e jovem, assim como com a deficiência física e/ou mental, e diversas etnias, é com o objectivo de cruzar saberes, experiências e alargar o leque de movimentos e promover o intercâmbio geracional, social e cultural.

Trabalha agora em colaboração estreita com Chissangue Afonso, performer, designer de cena e mediadora cultural, São Neves, artista plástica e professora de Educação Visual e Tecnológica, com o cineasta Carlos Lima, o músico e artista sonoro Nuno Torres e o Sergio Ramos, na criação de luzes.

Tal como as aranhas, partimos de uma estrutura base. E tal como elas, essa estrutura pode montar-se em qualquer lugar.

A partir daí, entramos no espírito da sopa de pedra: em cada lugar e/ou com cada comunidade fomentamos a vontade de juntar um ingrediente, que pode ser literal, já que queremos mesmo cozinhar, mas também um som, uma imagem, um movimento, uma história...

Diríamos que os ingredientes saem da cultura tradicional, mas serão servidos em baixelas contemporâneas, que mais não é que mostrar a espectacularidade do quotidiano.

Podemos ainda adiantar que se trata de um trabalho que visa a sensualidade (despertar os sentidos e com elas a percepção), muito mais que o racional, podendo ser assim usufruído por qualquer pessoa independente do seu estatuto ou habilitação intelectual.

A recolha parte da tradição, do trabalho, dos rituais, do tecer...

Como ferramentas de recolha dessa memória usamos registos escritos, desenhados, filmados e gravados, que iremos divulgando as várias fases do projecto, com o cuidado de focar o processo e não as pessoas envolvidas.

O tratamento posterior desse espólio será divulgado quer em formato de exposição/instalação e/ou performance, quer em formato digital, constituindo o material bruto um arquivo de documentação organizado de forma a ser acessível a quem o queira consultar.
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